Famoso alfaiate nascido em Malta morre em Brasília aos 87 anos. Fez ternos para presidentes e ganhou prêmios internacionais.
Geraldo Marques |
Morreu
ontem (sábado, 18) em Brasília o alfaiate Geraldo Marques, natural da
cidade de Malta-PB. Tinha 87 anos e era conhecido como “O alfaiate de
Brasília”.
Geraldo
Marques nasceu em Malta em 1929, filho do agricultor José Venâncio
Marques de Sousa e da costureira Luzia Satiro de Sousa, e se mudou
Anápolis -Go, num pau de arara, aos 16 anos. Em Anápolis começou a atuar
como costureiro. “A transformar o pano em roupa”, segundo matéria do
Correio Braziliense sobre ele.
Posteriormente,
em 1969, foi morar em Brasília, cidade recém-fundada, e onde fez fama e
ganhou dinheiro. Produzindo roupas em seu ateliê, com seus ajudantes,
passou a vestir parte da elite da capital do país.
Veio
da roça, nunca perdeu o sotaque nordestino, e se vestia com muita
elegância. Era conhecido por se trajar de forma muito elegante.
Voltou
várias vezes à Paraíba para rever os amigos e a família. Numa dessas
vindas aqui reencontrou a jovem Maria do Socorro, que era criança na
época em que ele partiu para Anápolis. Casou com ela, que na época era
professora, e com ela quatro filhos: Marta, Maristela, Gilson e Gisele.
Em
Brasília o paraibano costurou ternos para muitos figurões da política,
inclusive para o ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ele entrava na
residência presidencial para tirar as medidas do presidente e dizia que
era sempre muito bem recebido.
Trabalhava
muito e os velhos clientes nunca o abandonaram. Atuou como alfaiate por
mais de 70 anos. Dizia que “Para um homem ser bem vestido precisava ter
pelo menos uns dez bons ternos”.
Em Patos
ele era amigo do saudoso Arnaldo Diniz, conhecido como “O Ditador da
Moda”. Ao longo dos anos Geraldo Marques fez fama internacional,
inclusive recebeu prêmios e elogios de personalidades do mundo da moda,
como o francês Pierre Cardin.
Folha Patoense
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