Proposta de aumentar contribuição previdenciária atinge 70% dos servidores
proposta de elevar as alíquotas de contribuição previdenciária do funcionalismo
público federal, se aprovada pelo Congresso, deverá atingir cerca de
460 mil servidores do Poder Executivo, mais de 70% do quadro atual.
Pela medida apresentada nesta semana pelo governo do presidente Michel Temer,
a alíquota de contribuição irá subir de forma progressiva, dos atuais
11% para 14%, e vai atingir a parcela do salário dos servidores que
ultrapassar o teto de R$ 5,3 mil. Quem ganha até esse valor não será
afetado.
A proposta precisa da aprovação do Congresso para entrar em vigor. Se
aprovada, a expectativa da Fazenda é que medida gere uma arrecadação
extra de R$ 1,9 bilhão em 2018.
Salários dos servidores
Segundo dados do Ministério do Planejamento, 69,9% dos servidores
ativos do Poder Executivo receberam em junho acima de R$ 5.500, e 9,2%
ganha entre R$ 4.501 e R$ 5.500.
O Executivo federal reunia em junho 656 mil servidores ativos e 409 mil
aposentados. No final de 2016, o quantitativo era de 622 mil na ativa e
388 mil aposentados. Do efetivo atual, cerca de 25% ganham abaixo de R$
5 mil – valor que o governo pretende estabelecer como salário máximo inicial para as novas contratações. Veja quadro abaixo
Distribuição dos servidores por faixa salarial
Faixa de remuneração (R$) | Ativos (%) | Aposentados (%) |
Até 1.150 | 0,7 | 0,2 |
De 1.150 a 1.200 | 0,02 | 0,03 |
De 1.201 a 1.300 | 0,08 | 0,1 |
De 1301 a 1.400 | 1,1 | 0,1 |
De 1.401 a 1.500 | 0,1 | 0,1 |
De 1.501 a 2.000 | 0,4 | 1,1 |
De 2.001 a 2.500 | 1,7 | 1,5 |
De 2.501 a 3.000 | 2,5 | 2,9 |
De 3.001 a 3.500 | 4,5 | 5,4 |
De 3.501 a 4.500 | 9,8 | 21,1 |
De 4.501 a 5.500 | 9,2 | 10,4 |
De 5.501 a 6.500 | 9,1 | 12,3 |
De 6.501 a 7.500 | 8,3 | 8,4 |
De 7.501 a 8.500 | 5,4 | 5,7 |
De 8.501 a 9.500 | 4,8 | 5 |
De 9.501 a 10.500 | 7,1 | 2,8 |
De 10.501 a 11.500 | 5,6 | 2,5 |
De 11.501 a 12.500 | 5,4 | 2 |
De 12.501 a 13.000 | 1,2 | 0,8 |
Acima de 13.000 | 23 | 17,5 |
23% recebem acima de R$ 13 mil
Atualmente, 23% do total do funcionalismo da ativa (cerca de 150 mil
servidores) recebem acima de R$ 13 mil. Entre as maiores remunerações,
estão médicos de alguns órgãos, técnicos em polícia criminal e delegado
da Polícia Federal, cujos salários no fim da carreira chegam a passar de
R$ 28 mil. Veja quadro abaixo
Segundo o IBGE, o rendimento médio do brasileiro ficou em R$ 2.104 em junho.
O conjunto de medidas anunciadas inclui ainda o adiamento, por um ano,
do reajuste acordado com algumas categorias de servidores e que seria
pago a partir de janeiro de 2018, a extinção de 60 mil cargos públicos,
que estão atualmente vagos, e a instituição de teto salarial no serviço
público, que não poderá ultrapassar os R$ 33,4 mil pagos a ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF).
As medidas foram anunciadas na terça-feira (15) logo após os ministros
da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira,
confirmarem a decisão de propor ao Congresso elevar o teto para o rombo das contas públicas em 2017 e 2018, para R$ 159 bilhões.
Questionado pelo G1
sobre o alcance das mudanças propostas no funcionalismo, o Ministério
do Planejamento informou que "o detalhamento dessas e de outras medidas
anunciadas ainda está sendo trabalhado dentro do governo e será
divulgado oportunamente".
Em junho, as despesas do Executivo com pessoal somaram R$ 29,54 bilhões ante R$ 27,3 bilhões em maio.
Como é hoje a contribuição de servidores
Pelas regras atuais do regime previdenciário dos servidores, a alíquota
de contribuição é de 11% para todos os servidores, independente de
faixa remuneratória. Segundo a Secretaria de Previdência, em alguns
estados e municípios já existem alíquotas superiores, normalmente entre
11% e 14%, conforme previsto nas leis estaduais e municipais.
Já para os trabalhadores da iniciativa privada as regras são
diferentes. Para os contribuintes enquadrados no Regime Geral de
Previdência Social, as alíquotas variam entre 8% e 11% dependendo da
faixa de rendimento, e podem chegar a 20% para o contribuinte individual
sem
vínculo empregatício.
Reportagem G1
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