Carlos Alexandre 30 anos de saudade.

Nesta Quarta - feira dia 30/01 completa 30 anos da morte do cantor Brega Carlos Alexandre, o seu verdadeiro nome era Pedro Soares Bezerra, ficou famoso como o nome artístico Carlos Alexandre, por sugestão de sua esposa Solange.

Biografia

Filho de Gennaro Bezerra Martins e Antonieta Feconstinny Bezerra, a carreira de Carlos Alexandre começou em 1975 quando, ainda utilizando o nome artístico de "Pedrinho",[1] teve sua primeira música gravada. Em 1977, foi rebatizado como Carlos Alexandre[2]. O radialista Carlos Alberto de Sousa levou-o para a RGE, pela qual gravou um compacto simples com as canções "Arma de Vingança" e "Canção do Paralítico" que vendeu 100 000 cópias, seguindo-se o grande sucesso, "Feiticeira", com 250 000 cópias vendidas.
Carlos Alexandre participando do Cassino do Chacrinha

No dia 30 de janeiro de 1989 o cantor se envolveu em um acidente na estrada estadual RN-093, que liga os municípios de Tangará e São José do Campestre, na região da Borborema potiguar, divisa das regiões Agreste com Trairi do Rio Grande do Norte, quando havia saído de um show e seguia para sua casa em Natal, na época o cantor havia lançado recentemente o disco Sei, Sei. No seu repertório de sucessos, encontramos canções como "Feiticeira", "Cartão Postal", "Sertaneja" e "A Ciganinha".
O mito que veio da Esperança. Distante do centro urbano natalense, há 40 anos nascia a Cidade da Esperança. Como o próprio nome guarda em seu significado, surgia um aglomerado populacional que trazia consigo a fé, o desejo do lar, até pelo fato de ser uma experiência pioneira do modelo de moradia para a população de baixa renda. Naquele momento Natal recebia de presente o primeiro conjunto habitacional da América Latina. Conjunto que abrigou e ainda acolhe nomes que fizeram e a continuam construindo a trajetória da capital potiguar. Entre eles está Pedro Soares Bezerra, nome pouco conhecido do grande público, já que na vida artística ele era batizado como Carlos Alexandre, cantor que morreu em um acidente de carro em 1989.
convite Missa de 30 dias

Ídolo popular, ninguém poderia representar melhor o bairro. Carlos Alexandre era um retrato das pessoas de Cidade da Esperança. Humilde, simples, mesmo depois que alcançou o sucesso e passou a ter remunerações mais expressivas não trocou Natal pelo Sudeste, centro da arte e cultura do país, muito menos deixou o bairro que o recebeu quando ele saiu do município paraibano de Jacaraú, onde morava com a família que o adotou aos 2 anos de idade, e veio para a capital potiguar que lhe presenteou com os caminhos da carreira musical. Durante 10 anos ele morou na ‘‘Esperança’’, somente nos três últimos anos de vida fixou residência no Jardim América e depois na Zona Norte.

Sucesso

Troféus e medalhas que o cantor ganhou.

 

Nascido em Nova Cruz, ele alcançou o sucesso aos 21 anos, talvez tenha sido um dos norte-rio-grandenses que mais brilhou na música nacional. Deixou 200 composições gravadas em três compactos e 14 LPs (sendo dois LPs e quatro CDs uma homenagem póstuma feita pela gravadora RGE). Com esses trabalhos ganhou 15 discos de ouro e um de platina. Para se ter uma ideia da dimensão de seu sucesso, a viúva do cantor, Maria Solange de Melo Bezerra, 54 anos, até hoje, 23 anos depois de sua morte, sobrevive com os recursos provenientes dos direitos autorais que ainda recebe. 'A música dele ainda é tocada e regravada. Em todo o Brasil se escuta Carlos Alexandre. Recebo direitos autorais até de rádios de Portugal’.
Solange foi sua companheira durante toda a sua carreira e também a sua maior incentivadora. Eles se conheceram em 1976, quando Carlos Alexandre, aos 19 anos, veio para Natal fazer uma cirurgia e não mais voltou para [Jacaraú], ficou morando e trabalhando com os irmãos de criação que eram comerciantes.

Relacionamento

Nessa época ele já estava interessado em namorá-la, mas Solange tinha um outro namorado. ‘‘Até que na virada do ano de 76 para 77 meu namorado não apareceu. No dia 1 de janeiro ele me disse que havia feito a música Arma de Vingança para mim e nós começamos a namorar’’. Ela conta que aos poucos foi modificando as roupas, o cabelo e o jeito do namorado, como o intuito de levá-lo até a casa do então radialista Carlos Alberto de Sousa.
Até então ele era conhecido como Pedrinho, passou a utilizar o nome artístico de Carlos Alexandre por sugestão de Solange.
A campanha foi vitoriosa e o trato foi cumprido. Em janeiro de 1978 Carlos Alexandre junto com Gilliard, Edson Oliveira, entre outros artistas embarcaram para São Paulo, para gravar seus discos pela RGE. Carlos Alexandre gravou um compacto que vendeu 100 mil cópias. O cantor foi então chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP "Feiticeira", ainda em 1978, que o consagrou vendendo 250 mil cópias. Esse disco também foi gravado em castelhano. Carlos Alexandre viajou o país com seus sucessos, Feiticeira, A Ciganinha, Vá Para a Cadeia, entre tantos outros. Em algumas viagens Solange, que casou-se com o artista em fevereiro de 78, o acompanhava.

Acidente
Local do Acidente, Opala conduzido por Carlos Alexandre

Para Solange o cantor era uma pessoa simples, amável, não guardava mágoa de ninguém e tinha muitos amigos. Ela ainda conta que o artista era um pouco namorador, mas logo justifica a atitude do marido, ‘‘também bonito e gostoso como era’’. Além de companheira, Solange ainda era a responsável por confeccionar as roupas de seus shows. Juntos eles tiveram três filhos: Germina de Melo Bezerra (através do nome da filha ele homenageou a sua mãe de criação), 27 anos; Carlos Alexandre de Melo Bezerra, 24 anos; e Carlos Adriano de Melo Bezerra, 21 anos. Hoje o filho do meio, que é conhecido como Carlos Alexandre Júnior, está seguindo os passou do pai e vem fazendo diversos shows pelo interior do Nordeste.
Especula-se que ele teria tido um filho fora do casamento. A história que envolve uma fã, Foi omitida e negada pela família e pela impressa, nada se sabe sobre este suposta história. Hoje esse suposto filho com 27 anos leva seu mesmo nome artístico Carlos Alexandre e reside no sudeste na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais
Exposição dos discos de ouro no Ginásio da Esperança.

O cantor morreu em 30 de janeiro de 1989 em um acidente de carro entre São José de Campestre e Tangará, quando voltava de um show[3] em Pesqueira, em Pernambuco. O velório ocorreu no ginásio de esportes de Cidade da Esperança e o enterro, que reuniu milhares de fãs foi no Cemitério Bom Pastor, no dia 31 de janeiro. Segundo matérias publicadas na época, ele foi sepultado ao som da multidão cantando Feiticeira.[4]

Discografia

Multidão lota o ginásio da esperança no Velório do Cantor.
  • 1978 Carlos Alexandre - Feiticeira Vol. 01
  • 1979 Carlos Alexandre - A Ciganinha Vol. 02
  • 1980 Carlos Alexandre - Já Troquei Você Por Outra Vol. 03
  • 1981 Carlos Alexandre - Mulher de Muitos Vol. 04
  • 1982 Carlos Alexandre - Revelação De Um Sonho Vol. 05
  • 1983 Carlos Alexandre - Cartão Postal Aqui Estou Vol. 06
  • 1984 Carlos Alexandre - Vem Ver Como Eu Estou Vol. 07
  • 1985 Carlos Alexandre - Final De Semana Vol. 08
  • 1986 Carlos Alexandre - Gato e Sapato Vol. 09
  • 1987 Carlos Alexandre - Nosso Quarto e Testemunha Vol. 10
  • 1988 Carlos Alexandre - Sei Sei Vol. 11
  • 1989 Carlos Alexandre - Eternamente Vol. 12
  • 1993 Carlos Alexandre - Especial
  • 1998 Carlos Alexandre - 20 Super Sucessos Vol. 1
  • 1998 Carlos Alexandre - 20 Super Sucessos Vol. 2
  • 2000 Carlos Alexandre - Coleção Pérolas
  • 2001 Carlos Alexandre - Recorda O Irmão
  • Carlos Alexandre - grandes sucessos
  • Carlos Alexandre - Último Show
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